A nova aposta da Mastercard são as Stablecoins. E Portugal? Pode ser que sim, pode ser que não.

Mastercard Abre Portas a Stablecoins: O Que Isto Significa Para Quem Anda Por Portugal

Para começar, importa referir que, lá para o final de abril de 2025, a Mastercard fez saber que ia abrir as portas aos pagamentos e liquidações em stablecoins na rede inteira que opera à escala global.

Esta iniciativa abarca desde funcionalidades para desbloquear carteiras e emitir cartões ligados a contas de criptomoedas, até à liquidação junto de quem vende e transferências diretas (on-chain).

Ora, apesar de não haver, para já, um comunicado a dizer só respeito a Portugal, tudo indica que o rollout (o lançamento) global vai apanhar no caminho o mercado português, dada a dimensão da rede Mastercard. A implementação por cá vai acontecer através dos mesmos parceiros e infraestruturas que estão a ser ativados globalmente. E, aqui, pesa também, e de que maneira, a entrada em vigor do MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation) na União Europeia, que arruma a casa com um quadro regulatório uniforme para as stablecoins já a partir de meados de 2025.

Panorama Global do Mastercard e Stablecoins: O Kit Completo

Foi a 28 de abril de 2025 que a Mastercard tirou o véu ao seu novo conjunto de capacidades de stablecoin, que cobre todo o fluxo de transações “do wallet (carteira) ao checkout (pagamento)”:

• Desbloquear carteiras e emitir cartões ligados a contas de criptomoedas, o que permite gastar stablecoins usando cartões normais;
• Receber e liquidar diretamente em stablecoins (p. ex. USDC, USDP) junto de quem vende, graças a parcerias com a Circle, Paxos e Nuvei;
• Fazer transferências diretas (on-chain) em stablecoins, com o Mastercard Crypto Credential a facilitar os envios e recebimentos usando nomes de utilizador em vez dos complicados endereços blockchain;
• Suporte em mais de 150 milhões de sítios onde aceitam Mastercard em todo o mundo.

Este programa de âmbito mundial também traz a reboque o lançamento do OKX Card, numa parceria com a exchange OKX, para ligar diretamente os saldos de stablecoins dos utilizadores à rede de pagamentos da Mastercard.

Iniciativas e Parcerias Principais: Quem Anda Nisto

• Circle & Paxos: A Mastercard juntou-se à Circle (USDC) e à Paxos (USDP) para dar a volta aos pagamentos em stablecoins, permitindo que quem vende receba e liquide, o que corta custos e tempo.
• Nuvei: O processador de pagamentos Nuvei integra liquidações em stablecoins na hora (em tempo real), dando para converter à vontade entre moedas normais (fiduciárias) e stablecoins.
• OKX Card: A parceria com a OKX sai do papel com o lançamento de um cartão que permite aos utilizadores despachar stablecoins diretamente de carteiras OKX em mais de 150 milhões de estabelecimentos.
• Mastercard Crypto Credential: Lançado em abril de 2025, este Crypto Credential põe tudo mais simples nas transferências diretas (on-chain), dando para mandar e receber stablecoins usando usernames em vez dos endereços criptográficos (que são complicados).

Disponibilidade em Portugal: Chega Cá?

Ora, apesar de não haver, para já, um comunicado a dizer só respeito a Portugal, tudo indica que o rollout (o lançamento) global vai apanhar no caminho o mercado português, dada a dimensão da rede Mastercard. De facto:

• Mais de 150 milhões de sítios onde aceitam Mastercard em todo o mundo vão estar prontos para stablecoins, o que em Portugal se vai traduzir nos principais quem vende e caixas ATM ligados à rede Mastercard.
• Malta que é parceira local — como fintechs e casas de troca portuguesas (por exemplo, Bit2Me, Wirex) — pode agarrar estas soluções para oferecer cartões e carteiras com suporte a stablecoins.
• Um exemplo bem real de que a coisa já anda por cá é a parceria com a startup Bleap, que em Portugal permite gastar stablecoins com um cartão de débito Mastercard, sem pagar nada pelas conversões e ainda com cashback até 2%.

Contexto Regulatório na UE e Portugal: O Que Muda Com o MiCA

O MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation), aprovado lá para abril de 2023, põe ordem com um quadro regulatório igual para os cripto-ativos (incluindo stablecoins) na União Europeia.

As principais regras para as stablecoins (chamadas e-money tokens e asset-referenced tokens) começam a contar a partir de meados de 2025, obrigando a que:

• Reservas a 100% e auditorias certinhas (regulares) por parte de quem emite as stablecoins;
• Autorização antes para as entidades que emitem, antes de porem os tokens cá fora;
• Supervisão igual pelos reguladores europeus (ESMA, EBA, BCE) e autoridades de cada país.

Cá em Portugal, o Banco de Portugal e a CMVM vão ser as entidades do país com poder para fiscalizar as infraestruturas de serviços de ativos digitais, incluindo se está tudo a bater certo com o MiCA.

Até ao momento... Para Arrumar As Ideias

• A Mastercard pôs na rua, a 28 de abril de 2025, uma solução global para pagamentos e liquidação em stablecoins, que pega em todo o ecossistema de transações digitais.
• Este arranque tem raio mundial (é global) e vai estar disponível nos mais de 150 milhões de sítios da rede Mastercard — ou seja, cá em Portugal também dá para ativar sem ser preciso um anúncio só para o nosso país.
• O MiCA (a regulação europeia) dá a base legal para abraçar as stablecoins em segurança, o que torna ainda mais provável que a implementação a sério comece cá em Portugal já a partir de meados de 2025.

Então sim, a Mastercard em Portugal planeia (e até já pôs a andar a coisa) aceitar stablecoins, como parte do seu programa global, através de parcerias com malta como a Circle, Paxos, Nuvei e OKX, e tudo a bater certo com as regras do MiCA da UE.