Emili Santos, empreendedora e doutoranda na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), foi "em grande" ao conquistar o 1.º Prémio de Mérito do Crédito Agrícola. A distinção, atribuída pela melhor dissertação de mestrado em Economia, Gestão e Desenvolvimento Regional, é um reconhecimento e tanto.
A cerimónia de entrega do prémio aconteceu esta tarde, por volta das cinco da tarde, num evento que celebrou o mérito e a excelência de estudantes que se destacaram pelo caráter inovador, pela relevância científica e pelo impacto social dos seus trabalhos.
A dissertação premiada, intitulada “Empreendedores em Part-Time: O medo do fracasso”, mergulha a fundo num fenómeno que, embora silencioso, está cada vez mais presente no nosso dia a dia: a hesitação em abraçar o empreendedorismo a tempo inteiro. Os motivos? O receio de falhar, o estigma social e as incertezas económicas. Com uma visão crítica e sensível, a Emili quis dar visibilidade a estas "viagens" muitas vezes esquecidas e valorizar a garra de quem ousa sonhar, mesmo sem ter tudo garantido.
Nascida no Brasil e a estudar e viver em Portugal, Emili Santos é um belo exemplo de como o conhecimento da academia se liga à experiência do "terreno". "Este prémio não é só o reconhecimento de um trabalho académico "a sério", mas também o reflexo de muitas histórias de superação e resiliência que estão por trás de cada pequeno passo dado com medo – mas sempre com fé", partilha a autora.
O júri realçou a qualidade científica do estudo, o seu lado inovador e a utilidade dos resultados para entender e apoiar modelos de empreendedorismo que sejam mais inclusivos e humanos.
Esta distinção faz parte dos Prémios de Mérito do Crédito Agrícola – CCAM TMAD, entregues todos os anos em parceria com a UTAD. O objetivo é valorizar trabalhos que ajudem ao desenvolvimento regional, económico e social. Emili levou para casa um prémio de 2.000€, ficando em primeiro lugar na sua área temática, entre as dissertações apresentadas no ano letivo de 2023/2024.
A história da Emili é, no fundo, um convite a pensarmos na importância da coragem discreta, dos inícios incertos e da força de quem se aventura a tentar — mesmo quando o medo é gigante.