A estreia brutal da GBU‑57: Arma mortífera caí dos céus e rebenta nas profundezas do Irão
Foi com a discrição cirúrgica que caracteriza as grandes operações militares dos nossos tempos que, ao romper da madrugada de 22 de Junho de 2025, sete bombardeiros B‑2 Spirit ergueram voo da Base Aérea de Whiteman, no estado do Missouri, EUA. Esta base, lar de uma das mais avançadas frotas furtivas do mundo, viu os seus aviões partir com um destino que, à data, apenas meia dúzia de generais conheciam ao certo: os complexos nucleares subterrâneos do Irão. O silêncio dos hangares contrastava com a magnitude da missão prestes a ser executada.
A operação, baptizada de "Midnight Hammer", foi planeada ao detalhe durante semanas no CENTCOM, o Comando Central das Forças Armadas dos EUA sediado em Tampa, Florida. Cada aspecto logístico, desde os corredores aéreos até ao reabastecimento em voo, foi ensaiado em simulações realizadas na Base Aérea de Al Udeid, no Qatar, e testado em exercícios conjuntos com aliados da NATO. Às 02:10 da manhã, hora local iraniana, os primeiros impactos foram sentidos nos arredores de Fordow, uma instalação nuclear enterrada nas entranhas das montanhas perto de Qom, a sul de Teerão. Nos minutos seguintes, Natanz e Isfahan, outras duas cidades com centros de enriquecimento de urânio, sentiram a mesma devastação.
Segundo informações avançadas pelo Pentágono e confirmadas por analistas da Defense One, da Stratfor Global Intelligence e do Brookings Institution, as bombas utilizadas foram as GBU‑57A/B, também conhecidas como "Massive Ordnance Penetrator". Cada uma pesa mais de 13 toneladas, tem quase 6 metros de comprimento e é capaz de perfurar até 60 metros de solo antes de detonar. Não é nuclear, mas o seu impacto é tudo menos convencional. A sua precisão é orientada por sistemas de navegação GPS e INS (inercial), e o seu invólucro de aço permite uma penetração que até agora só as armas nucleares poderiam garantir. O engenheiro norte-americano George Randolph, que participou na equipa de desenvolvimento da bomba, afirmou ao jornal Stars and Stripes: "Esta arma foi criada com um único objectivo – eliminar ameaças enterradas tão profundamente que o inimigo acreditava estarem intocáveis".
O ataque que virou o jogo
Em Isfahan, onde se localiza uma das unidades de conversão de urânio mais importantes da República Islâmica, os serviços de emergência reportaram incêndios subterrâneos, falhas no fornecimento de energia e desabamentos internos. Embora o governo iraniano mantenha oficialmente que os danos foram mínimos, imagens de satélite, obtidas por analistas do MIT e da Jane’s Defence Weekly, mostram crateras com mais de 12 metros de profundidade nas imediações das instalações. Uma investigação conduzida pela Universidade de Tel Aviv sugere que pelo menos 40% da estrutura subterrânea de Fordow ficou comprometida, o que poderá inviabilizar operações por vários meses.
Simultaneamente, mais de 30 mísseis Tomahawk foram lançados a partir do USS Florida, um submarino nuclear da classe Ohio posicionado discretamente no Mar de Omã. Estes mísseis, com alcance de 1.600 km, foram direccionados a infraestruturas periféricas, incluindo subestações de energia, centros de comunicações militares e depósitos de combustível em Yazd e Arak. Segundo fontes iranianas, os hospitais de emergência da província de Isfahan receberam mais de 80 feridos, muitos deles técnicos civis.
Pete Hegseth, actual Secretário da Defesa norte-americano, declarou em conferência de imprensa no Pentágono que a operação "foi um sucesso extraordinário, que eliminou capacidades críticas de proliferação nuclear". O General Dan Caine, que liderou o planeamento operacional, destacou a coordenação internacional da missão, que contou com apoio logístico da RAF britânica, do Mossad israelita e do serviço secreto francês DGSE. Segundo Caine, foram usados drones RQ-170 Sentinel para avaliar os danos em tempo real e ajustar alvos secundários.
O tabuleiro geopolítico em ebulição
Nem tudo foi aplauso. O Kremlin emitiu um comunicado duro, classificando a operação como "um acto de agressão não provocado que poderá levar outras potências regionais a rever as suas doutrinas nucleares". Vladimir Putin declarou, durante visita oficial ao Cazaquistão, que "ações unilaterais como estas abrem caminho para a proliferação armamentista no Médio Oriente". Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, através da porta-voz Hua Chunying, advertiu para "as consequências imprevisíveis que um ataque desta magnitude poderá ter no equilíbrio estratégico da região do Golfo".
O Irão, por seu lado, reuniu de emergência o Conselho Supremo de Segurança Nacional e o Parlamento. O líder supremo, Ayatollah Khamenei, classificou o ataque como "uma violação gravíssima da soberania iraniana" e ordenou o encerramento imediato do Estreito de Ormuz ao tráfego ocidental – rota por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido globalmente, segundo dados da OPEP. Analistas alertam que o preço do barril poderá ultrapassar os 120 dólares nas próximas semanas caso as tensões se mantenham.
Nas ruas de Teerão, Qom e Mashhad, o sentimento oscila entre raiva, patriotismo e temor. Leila Moradi, professora de Física Nuclear na Universidade de Teerão, comentou à agência Mehr News: “Foi um rude golpe à nossa soberania científica. Mas a nossa capacidade de resistência é antiga”. O jornalista iraniano Amir Hosseini foi mais pragmático: “O que foi destruído pode ser reconstruído. Mas o equilíbrio geopolítico no Médio Oriente já não voltará ao que era”. Em Yazd, grupos estudantis realizaram protestos frente à câmara municipal exigindo a retaliação imediata.
O que resta do programa nuclear iraniano?
Apesar dos danos consideráveis, analistas do Instituto para a Ciência e Segurança Internacional (ISIS), sediado em Washington, alertam que o Irão ainda possui cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60%, suficiente para desenvolver pelo menos duas ogivas em poucos meses, caso opte por tal via. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), através da sua directora geral, a argentina Mariana Grossi, insistiu na importância de manter a vigilância e reactivar os protocolos de verificação suspensos desde 2022. Técnicos da AIEA com sede em Viena tentam negociar uma visita urgente aos locais atingidos.
O especialista francês Jean-Marc Lacroix, da Sorbonne, acredita que "a destruição física não significa o colapso total do programa. O conhecimento permanece, e é precisamente esse o activo mais perigoso". Na prática, o ataque pôs fim à ambiguidade. Ou Teerão aceita novas negociações, como sugerido pelo chanceler alemão Lars Meier em conferência de imprensa em Bruxelas, ou o caminho pode seguir por um trilho mais sombrio. O petróleo disparou 11% nas bolsas de Londres e Nova Iorque após o anúncio do fecho parcial do Estreito de Ormuz. Empresas portuguesas como a Galp Energia já começaram a reajustar contratos de importação para prevenir impactos maiores.
E agora, o mundo espera
Em Lisboa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros expressou "preocupação com a escalada de violência" e apelou à "retoma imediata do diálogo multilateral". O Professor Henrique Barros, especialista em Geopolítica do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), considera que "o uso da GBU‑57 estabelece um novo precedente na guerra convencional. Esta operação ensina que a supremacia tecnológica pode impor novos equilíbrios, mas não resolve conflitos enraizados".
A nível europeu, o Parlamento Europeu aprovou uma moção urgente a solicitar à Comissão Europeia a criação de um grupo de trabalho permanente para acompanhar a situação no Golfo Pérsico. A diplomacia norueguesa já iniciou contactos com representantes iranianos em Genebra para facilitar uma nova ronda de conversações.
O tempo dirá se este ataque foi o início de uma nova guerra ou o estremecer que antecede a negociação. Certo é que, após a operação "Midnight Hammer", o mundo olha de novo para o Médio Oriente com receio, e talvez com um pouco mais de respeito pelo silêncio com que a história, por vezes, decide fazer barulho.