Independência Jornalística: Publique Aqui.
Bitcoin: Loading...
Ethereum: Loading...
Ripple: Loading...
Cardano: Loading...
Solana: Loading...
SPY: Loading...
IVV: Loading...
VOO: Loading...
QQQ: Loading...
VTI: Loading...

Sections

Countries

LinkedIn Telegram E-mail

Portugal no Tabuleiro Global: Somos Peão na Mão de Outros ou Temos Asas Para Voar Sozinhos (e Juntos)?

Num mundo em ebulição, entre guerras que não acabam e economias que abanam, que lugar ocupa, afinal, Portugal?

Manoel Filipe Carvalho Manoel Filipe Carvalho Jornalista de Política Nacional e Internacional | Porttugal
5 Minutos
2025-05-07 09:27:00
Portugal no Tabuleiro Global: Somos Peão na Mão de Outros ou Temos Asas Para Voar Sozinhos (e Juntos)?

O Nosso Lugar ao Sol (e à Sombra) no Mundo Que Aí Anda

Portugal, a nossa terra, tem uma história longa e feita de dar a volta ao mundo. Fomos descobridores, tivemos um império que se estendia pelos cinco continentes. Mas isso, convenhamos, já foi há muito tempo. Hoje, no tabuleiro complicado do século XXI, onde as peças se movem depressa e as jogadas são feitas em vários tabuleiros ao mesmo tempo (da economia à tecnologia, da diplomacia à segurança), a pergunta impõe-se: somos um peão na mão das grandes potências ou conseguimos ser um jogador com voz própria e capacidade de manobra?

Olhando para os factos que aí andam e os dados que se vão sabendo por estes dias de maio de 2025, a pintura tem vários tons, como sempre acontece em Portugal.

A Economia, Essa Coisa Que nos Toca no Bolso

No tabuleiro da economia global, o nosso peso é, naturalmente, o de um país pequeno. Não somos a Alemanha nem a França, nem pouco mais ou menos. Contudo, não podemos dizer que estejamos parados no tempo. Os dados mais recentes sobre as exportação, referentes a 2024 e as projeções para 2025, mostram que as nossas empresas continuam a vender para fora, com setores como o têxtil, calçado, cortiça, moldes, metalomecânica e, claro, o vinho e o azeite, a dar cartas nos mercados internacionais.

Seu código Adsense aqui

O Turismo, essa galinha dos ovos de ouro que também mete impressão pelos números que atinge, continua a trazer muita gente cá para dentro. Dados de 2024 apontam para números recorde de visitantes e receitas, com a tendência a manter-se forte no início de 2025. Isto dá fôlego à economia e põe-nos no mapa do mundo como destino de eleição, mas também levanta questões sobre sustentabilidade e o impacto no dia a dia de quem cá vive.

A dívida pública, essa espada de Dâmocles que paira no ar há anos, tem vindo a descer (dados do final de 2024 colocam-na abaixo dos 100% do PIB, projeções para 2025 indicam uma ligeira continuação da descida), o que dá jeito para mostrar que estamos a arrumar a casa, mas ainda há um longo caminho a percorrer para termos finanças mais com pés e cabeça.

O Investimento Direto Estrangeiro (IDE), essencial para criar emprego e riqueza, continua a chegar, embora os números andem ao sabor da conjuntura global. É preciso continuar a seduzir quem quer investir por cá.

Na Europa e no Mundo: Entre Estar Presente e Ter Peso

É na União Europeia que o nosso papel de jogador ou peão se joga mais a sério. Sentamo-nos à mesa, temos direito a voto, temos comissários e eurodeputados. Mas a verdade nua e crua é que, nas grandes decisões, quem manda são os grandes. A nossa influência passa muito pela arte da negociação, pela construção de pontes, por sermos vistos como um parceiro confiável e com bom senso. A nossa participação ativa em debates no Parlamento Europeu (como o que ocorreu sobre o apagão energético na Península Ibérica, um tema que nos tocou a todos há dias) mostra que estamos lá, mas ter peso real é outra história.

Seu código Adsense aqui

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é um palco onde temos, teoricamente, um papel de protagonismo natural. É um espaço de diplomacia e cooperação que vale o que vale, mas que é importante para a nossa projeção e relações, especialmente num mundo onde a língua e a cultura contam cada vez mais.

Em termos de segurança e defesa, a nossa participação em missões internacionais, sob a égide da ONU, NATO ou UE, mostra que fazemos a nossa parte no xadrez global, contribuindo para a estabilidade em vários pontos quentes do planeta. Não temos um exército gigante, nem perto disso, mas damos o que podemos.

A Nossa "Marca" no Mundo (Para Além da Bola e da Fé):

Portugal também joga o seu jogo no que se chama "soft power" – a capacidade de influenciar pela cultura, língua, valores, turismo, desporto. O sucesso de figuras na cultura, na ciência (temos malta muito boa lá fora!), o próprio fenómeno em torno de figuras desportivas mundiais, tudo isso ajuda a pôr Portugal no mapa e a criar uma imagem positiva.

Mas é preciso ter cuidado para que a nossa imagem não fique só colada ao turismo e ao futebol. A nossa voz em temas globais cruciais – como as alterações climáticas (somos dos que mais rápido esgotam os recursos anuais, como se viu ontem, 5 de maio!), os direitos humanos, a transição digital – é fundamental para mostrar que somos um país com ideias e preocupações sérias.

Seu código Adsense aqui

Então, Peão ou Jogador?

A resposta, como quase tudo na vida, não é a preto e branco. Portugal não é um peão completamente à mercê dos outros. Temos a nossa voz na UE, temos relações diplomáticas ativas, temos setores económicos que vendem bem lá fora, temos um "soft power" que funciona.

Mas também não somos um jogador de primeira liga, com a capacidade de moldar sozinho o tabuleiro global. A nossa influência é limitada pelo nosso tamanho e peso económico.

O nosso papel passa, provavelmente, por sermos um jogador inteligente e ágil. Um jogador que sabe onde estão os seus pontos fortes (a diplomacia, a capacidade de construir consensos na UE, a língua, a cultura, setores económicos de nicho, a transição energética), que joga em parceria (na UE, na CPLP), que não tem medo de dar a cara em missões importantes, e que sabe aproveitar as oportunidades que surgem.

Os desafios são enormes: a instabilidade política e económica global, as transições (verde, digital) que mexem com tudo, a necessidade de segurar os nossos talentos e atrair investimento.

Seu código Adsense aqui

Ser jogador neste tabuleiro global não é para meninos. Exige visão, consistência, e a capacidade de ter a casa arrumada por dentro para ter credibilidade por fora. Portugal anda a tentar fazer o seu caminho, com os seus altos e baixos, mas a pergunta sobre se somos peão ou jogador continua em cima da mesa, a exigir que nos apliquemos a sério para que a resposta penda cada vez mais para a segunda opção.