Independência Jornalística: Publique Aqui.
Bitcoin: Loading...
Ethereum: Loading...
Ripple: Loading...
Cardano: Loading...
Solana: Loading...
SPY: Loading...
IVV: Loading...
VOO: Loading...
QQQ: Loading...
VTI: Loading...

Sections

Countries

LinkedIn Telegram E-mail

Corante Blue 2: Saiba Como o Azul da Indigotina Pode Levar a Baixo a Sua Saúde

Conheça os efeitos do corante Blue 2 (E132) no organismo, os potenciais riscos e o panorama de aprovação em diversos países, incluindo a nova lei do Texas que exige avisos em rótulos de produtos alimentares.

Sofia Ribeiro Almeida Sofia Ribeiro Almeida Jornalista de Tecnologia, Ciência, Saúde, Meio Ambiente e Clima | Porttugal
6 Minutos
2025-07-02 17:20:00
Corante Blue 2: Saiba Como o Azul da Indigotina Pode Levar a Baixo a Sua Saúde

Regulação atual

O Brilliant Blue FCF (E133), conhecido nos Estados Unidos como FD&C Blue No. 2, foi autorizado pela FDA em 1969 (CFR Title 21) e subsequentemente avaliado pela JECFA em 1970. Na União Europeia, ganhou estatuto legal através do Regulamento (CE) n.º 1333/2008, que estabeleceu uma Ingestão Diária Aceitável (IDA) de 12,5 mg/kg de peso corporal por dia. A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) reavaliou o corante em 2010 e em 2023 reconfirmou os parâmetros de pureza, embora tenha recomendado estudos complementares em populações vulneráveis, nomeadamente crianças com TDAH e portadores de sensibilidades alimentares.

Em Portugal, o uso do E133 está regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 20/2007 e pelas Portarias n.os 1462/2003 e 1032/2015, emitidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Estes diplomas impõem um limite de 10 mg/kg em bebidas, 50 mg/kg em gelatinas e confeitaria, e medidas especiais para produtos infantis – por exemplo, embalagens de rebuçados dirigidos a crianças devem incluir advertências claras sobre a presença de corantes artificiais. Em 2024, a ASAE inspecionou 120 lotes de gelados e produtos de confeitaria, tendo verificado que 8% excedia o limite legal, resultando em quatro processos de contraordenação em colaboração com as autoridades de saúde locais.

Em abril de 2025, o T exas aprovou a SB 25, apelidada de “Make Texas Healthy Again”. O projeto de lei emergiu após um relatório conjunto do Department of State Health Services e da ONG Texas Center for Food Safety, que documentou sintomas neurocomportamentais em crianças associáveis a aditivos como o E133. Prevê-se que, uma vez assinado pelo governador Greg Abbott, os rótulos de produtos contendo corantes banidos ou rotulados como perigosos na UE, Reino Unido, Canadá ou Austrália – onde alguns países já exigem avisos específicos – passem a exibir selos de alerta e informação de alternativa.

Efeitos e riscos no organismo humano

Seu código Adsense aqui

Numerosos estudos científicos lançaram luz sobre o perfil tóxico do E133. A meta-análise conduzida por McCann et al. (2007) na The Lancet, financiada pela Food Standards Agency (FSA) do Reino Unido, relatou um aumento modesto de comportamentos de hiperatividade em crianças saudáveis que consumiram misturas de corantes, incluindo o Brilliant Blue FCF. Uma investigação de 2021 da OEHHA (Califórnia) em ratos demonstrou alterações nos níveis de neurotransmissores dopamina e serotonina após exposição prolongada a doses 100 vezes superiores às encontradas em alimentos comerciais.

Em termos de reações alérgicas, a European Centre for Allergy Research Foundation (ECARF) publicou em 2019 um relatório compilando 42 estudos de casos clínicos, onde se registraram urticária, angioedema e crises asmáticas ligeiras após ingestão de produtos com E133. Dados epidemiológicos do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sugerem que aproximadamente 2,3% das crianças portuguesas com idades entre 5 e 14 anos apresentam manifestações cutâneas relacionadas com aditivos alimentares, sendo o Blue 2 um dos principais suspeitos.

Investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro levantaram hipóteses de efeitos genotóxicos em linfócitos humanos, observando aumento de marcadores de stress oxidativo in vitro. Ainda que sejam necessários ensaios clínicos, estes resultados reforçam a recomendação da EFSA para monitorizar subgrupos de risco.

Histórico e posição regulatória global