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Perigo Invisível no Prato: Riscos do Butil-Hidroxianisole No Consumo Alimentar

Descubra os efeitos e perigos do butil-hidroxianisole no corpo, sua adoção industrial desde 1947, posição de grandes jurisdições e o impacto do SB25 no Texas

Sofia Ribeiro Almeida Sofia Ribeiro Almeida Jornalista de Tecnologia, Ciência, Saúde, Meio Ambiente e Clima | Porttugal
4 Minutos
2025-07-01 13:05:00
Perigo Invisível no Prato: Riscos do Butil-Hidroxianisole No Consumo Alimentar

O butil-hidroxianisole, mais conhecido pela sigla BHA, é um antioxidante sintético que a indústria alimentar pôs ao serviço das prateleiras desde meados do século XX, preservando óleos, gorduras e produtos desidratados contra o ranço. Feito a partir de 4-metoxifenol e isobutileno, essa substância cerosa entrou em cena em 1947, no rastro das inovações pós-guerra, quando laboratórios como o da Monsanto Company, nos Estados Unidos, patentearam o processo de produção do aditivo, para garantir maior durabilidade ao stock alimentar militar e civil .

Mas voltemos a Portugal. É nos cereais à hora do desjejum, nas batatas fritas de pacote — as preferidas das juntas de freguesia em tardes de convívio —, nas margarinas que ensopam tostas na tasca da esquina e até em bolachas de pacote que o BHA se infiltra. Uma análise recente do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), divulgada em abril de 2025, encontrava níveis de BHA que rondavam os 110 mg/kg em snacks salgados, perto do limite máximo de 200 mg/kg autorizado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) .

“Antioxidante” é com eles, mas e para nós?

A principal razão para usar BHA é simples: estacionar a degradação das gorduras. Em produtos com elevado teor lipídico — pense numa batata frita industrial, que por dentro pode passar dos 30% de gordura —, o ranço não só azeda o sabor, como forma compostos tóxicos, como hidroperóxidos, que na boca e no organismo incomodam as papilas gustativas e podem afectar a saúde a longo prazo. Assim, combinam-se BHA (E320) e BHT (E321) ou galatos (E310 a E312) para criar uma barreira química contra o oxigénio.

No entanto, por detrás dessa “manta de retorcida ciência” há controvérsias. O National Toxicology Program (NTP) dos EUA expôs em relatórios de 1982 e 1995 que ratinhos alimentados com 0,5% de BHA na dieta desenvolveram pólipos e tumores benignos no estômago. Já os hamsters, segundo um estudo da University of Ohio, apresentaram lesões hepáticas após ingestão continuada de doses elevadas . Visto isto, o National Institutes of Health (NIH) classifica-o como “razoavelmente antecipado como carcinogénico para humanos” — mas só “razoavelmente”, já que testes directos em pessoas são eticamente complexos .

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