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Tartrazina (Amarelo 5): Do Prato ao Alerta – O Corante que Pode Desencadear Alergias e Hiperatividade

Investigação revela os impactos do Yellow 5 (CAS 1934-21-0) no organismo humano, regulações globais e alerta para produtos vendidos em Portugal.

Sofia Ribeiro Almeida Sofia Ribeiro Almeida Jornalista de Tecnologia, Ciência, Saúde, Meio Ambiente e Clima | Porttugal
5 Minutos
2025-07-15 08:57:00
Tartrazina (Amarelo 5): Do Prato ao Alerta – O Corante que Pode Desencadear Alergias e Hiperatividade

Em Lisboa, no Porto e em muitas vilas do interior, o nome Amarelo 5 — ou Yellow 5 (CAS 1934-21-0) — tem gerado mais conversas à volta das mesas de jantar. Embora o corante seja venerado pela indústria alimentar pelas tonalidades vivas que empresta a inúmeros produtos, a classe médica e associações de consumidores não fecham os olhos aos potenciais danos que este aditivo pode acarretar. Entre rebuçados, refrigerantes e salgadinhos, muitos portugueses consomem diariamente doses de Yellow 5 sem se aperceberem do impacto que este composto azo pode exercer no corpo humano.

Efeitos e Mecanismos de Ação

Desde as primeiras investigações na década de 1970, médicos clínicos em laboratórios de universidades como Coimbra e Nottingham têm observado manifestações alérgicas ligadas ao Amarelo 5. Reacções cutâneas — como eczema, urticária e pruridos — surgem em pessoas hipersensíveis, sobretudo aquelas que já sofrem de asma ou alergias alimentares múltiplas. Um estudo recente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa revelou que 8% dos voluntários com historial de alergias apresentaram evasões gástricas ligeiras, náuseas e cólicas quando submetidos a dietas suplementadas com Yellow 5 em concentrações moderadas.

Para lá das alergias, a comunidade pediátrica debate a relação entre aditivos azo e alterações de comportamento em crianças. Publicações do Instituto de Psicologia da Universidade do Minho apontam para um agravamento de sintomas de défice de atenção e hiperactividade (TDAH) em cerca de 12% das crianças que consomem regularmente produtos com corantes sintéticos, incluindo o Amarelo 5. As hipóteses passam pela libertação de metabólitos indesejáveis no intestino ou pela interferência com neurotransmissores centrais.

Histórico de Regulamentação e Posição das Nações

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O Amarelo 5 estreou-se na indústria alimentar nos anos 1950, mas só em 1974 a FDA (Food and Drug Administration) dos EUA lhe conferiu estatuto de «geralmente reconhecido como seguro» (GRAS), após análises toxicológicas que não identificaram carcinogenicidade em doses controladas. Na União Europeia, a autorização formal chegou em 1984, integrada no Regulamento CE 1333/2008, com limites máximos por categoria de alimento.

Embora a maioria dos países mantenha o corante na lista positiva de aditivos, há exceções: a Dinamarca vetou o seu uso em produtos infantis imediatos em 2010, enquanto a Noruega e a Hungria emitiram recomendações de redução voluntária em 2009. No Mercosul, o Brasil segue as normas da ANVISA em linha com a UE, ao passo que a Argentina e o Uruguai validaram regulações muito semelhantes. Já no Japão, a classificação de corantes inclui o Yellow 5 mas reserva-o a percentagens baixas, enquanto na China se exige certificado especial de qualidade e rastreabilidade.

Em países como Canadá, Austrália e Nova Zelândia, obriga-se a menção «pode causar reacções alérgicas» nos rótulos. No Reino Unido, o corante carrega o código E102, acompanhado de advertência em produtos infantis. De resto, as discussões em parlamentos europeus e assembleias regionais norte-americanas atestam uma crescente preocupação: cidadãos pedem transparência e menores quantidades de aditivos artificiais nos alimentos do dia-a-dia.

Presença nos Alimentos de Consumo Comum em Portugal

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) auditou, em 2024, mais de 1 200 produtos processados e concluiu que cerca de 15% continham Yellow 5. Entre os mais comuns estão:

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